CODART, Dutch and Flemish art in museums worldwide

Frei Carlos e o Belo Portátil: uma nova pintura na coleção do MNAA

Brother Carlos and the Portable Beauty: a new acquisition Exhibition: 16 November 2006 - 4 February 2007

Frei Carlos, Man of Sorrows. Lisbon, MNAA

Frei Carlos, Man of Sorrows
Lisbon, Museu Nacional de Arte Antiga

From the website of British Airways

The National Museum of Ancient Art (MNAA) in Lisbon presents Brother Carlos and the Portable Beauty, an exhibition that explores the work of the 16th-century monk-painter Brother (Frei) Carlos.

Flemish-born Frei Carlos was ordained in the ancient Espinheiro Convent, near Evora, in 1517, and was to become one of the most prominent and legendary figures of retabular (ecclesiastical) art in Portugal during the first decades of the 16th century. He was also known for his large panel paintings, some of which are among the most treasured pieces in the MNAA’s collection.

Both his large and smaller works demonstrate a spatial awareness that allows a narrative to be included, and a style that demonstrates his Flemish roots. This exhibition explores his style of creative production and how he reflected feelings of piety in images of Christ, the Virgin, the child and Saint Jerome in the desert. It takes as its point of departure Frei Carlos’ painting Ecce Homo and is accompanied by 30 small-scale paintings reflecting the devotional themes and religious sentiment of the period.

From the museum website

De origem flamenga e tendo professado em 1517 no antigo Convento do Espinheiro, junto a Évora, o monge-pintor Frei Carlos foi uma das mais proeminentes e lendárias figuras da pintura retabular em Portugal nas primeiras décadas do século XVI e alguns dos grandes painéis que a sua oficina pintou para os altares daquele convento jerónimo são das obras mais apreciadas na colecção do Museu Nacional de Arte Antiga.

Mas se é nestes grandes formatos que a pintura do Espinheiro revela desde logo especial originalidade, demonstrando em tais registos uma invulgar capacidade de integração espacial dos elementos da imagem em situações narrativas, não deixa de ser nos pequenos painéis devocionais que se afirma com especial nitidez uma sedutora técnica de utilização da própria matéria pictural, sendo também por aí que melhor se reconhece a sua ascendência na inconfundível tradição flamenga.

Esta exposição considera essa particular vertente da produção criativa da Oficina do Espinheiro, a das imagens religiosas para contemplação, meditação e oração individual ou privada, pinturinhas portáteis ou de oratório privativo que, na cela monástica, estimulavam uma piedade afectiva na contemplação de figuras de Cristo, da Virgem com o Menino ou de S. Jerónimo no deserto.

O ponto de partida e fulcro do percurso expositivo é uma obra inédita de Frei Carlos recém-adquirida para a colecção do MNAA, uma belíssima representação do Ecce Homo (39,5 x 31 cm). Submetida a exames fotográficos e radiográficos, essa documentação sobre a peça é apresentada em termos comparativos com documentação congénere de outras pinturas de tipo devocional produzidas no Espinheiro.

A exposição procura assinalar, através de 30 pinturas de pequeno formato mas de grande qualidade, a extraordinária procura de imagens devocionais na Europa do final da Idade Média e início do Renascimento, correspondendo a uma certa expressão do sentimento religioso e a um incremento do pietismo individual nessa época. As obras
são de autoria predominantemente flamenga e portuguesa e algumas das pinturas mais qualificadas provêm de colecções privadas, nunca ou muito raramente tendo sido expostas ao público.

Finalmente, coroando uma das componentes iconográficas do percurso expositivo, apresenta-se também o painel Virgem com o Menino e Anjos (1536-38), da autoria de Gregório Lopes, que acaba de ser restaurado pelo Departamento de Conservação do MNAA.